Horário: De preferência rezar às 15 horas que é a hora da misericórdia, mas não é obrigatório. Se não puder reze a qualquer hora, todos os dias.
A origem do terço da divina misericórdia remonta ao ano de 1935, mais propriamente ao dia 14 de setembro, dia da Festa de Exaltação da Santa Cruz. Foi nessa data que Jesus apareceu à religiosa polonesa, Faustina Kowalska (que, entretanto, foi canonizada no ano de 2000 e invocada desde então como Santa Maria Faustina do Santíssimo Sacramento) e lhe pediu que propagasse a Misericórdia.
Antes de mais, é necessário recuar no tempo e contextualizar essa época. Vivia-se uma era de grandes convulsões e agitações sociais. Estávamos nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, que mudaria o mundo. Logo no ano seguinte a Alemanha iniciava os seus planos expansionistas e na Espanha rebentava a guerra civil que resultaria em milhares de perdas humanas. Os regimes totalitários tomavam conta da Europa e isso traria resultados devastadores à Europa em particular e a todo o mundo em geral, como é do conhecimento.
Eram tempos de crise de valores humanistas e a própria Santa Faustina descrevia no seu Diário como se sentia impotente em interceder pela humanidade e os seus respectivos pecados. E foi assim que Jesus surgiu em resposta às suas prevês, com os ensinamentos de uma oração de súplica para aplacar a ira divina.
Há quase um século atrás, Jesus ensinava assim a Santa Faustina uma oração de valor infinito, em que Jesus nos une espiritualmente ao Seu próprio Sacrifício, levando-nos a uma conciliação com o Pai Celestial. Ao nos acolher e lavar-nos dos nossos pecados no Seu Coração Misericordioso e no Seu Sangue, Jesus dá-nos dignidade para nos apresentar ao Pai.
Sabemos que a história é circular e que se repete. Os exemplos são mais do que muitos e estão aí para o provar. Por isso, o Calvário não é algo do passado, algo estanque que aconteceu há 2 mil séculos atrás. Basta olharmos para os dias de hoje e como encontramos ecos desse passado nos dias de hoje, com as políticas segregadoras que continuam a proliferar, o xenofobismo e o racismo que vão aumentando de tom nos países ocidentais e a crise social que se agudiza lado a lado com a crise financeira e económica.
Enquanto a Humanidade insistir nos seus erros e pecados, a Crucificação continuará a ser real. E bem real! Por isso, as Chagas de Cristo continuam abertas e o Sangue de Jesus continuará a ser derramado sobre as nossas almas pecadoras.
O terço da misericórdia permite-nos oferecer a Deus o Seu filho em expiação dos nossos próprios pecados, dos daqueles que nos são próximos e os de todo o mundo. Obviamente que esta oração não pode substituir nunca o arrependimento mais honesto, que se consegue através da confissão, mas faz parte de um processo de conversão tanto pessoal quanto coletiva, que deve ser constante e regular na nossa vida de devoção católica.
O terço da misericórdia é, por isso, uma obra espiritual. Deve ser rezado regularmente, de acordo com o pedido de Jesus à Santa Faustina, assim como na novena em preparação para a Festa da Misericórdia. Para quem o faz com frequência, Jesus deixa a promessa da sua benevolência. “Oh! Que grandes graças concederei às almas que recitarem este Terço“, lemos nós no Diário de Santa Faustina. Além disso, promete ainda assistência na hora da morte, assim como compaixão para com toda a Humanidade.
Finalmente, Jesus promete ainda a quem rezar o terço da divina misericórdia frequentemente a graça da paz e da conversão aos pecados, assim como o socorro aos agonizantes na hora da morte. Este terço é, portanto, uma espécie e tábua de salvação até para os pecadores mais endurecidos, na sua hora decisiva. E com isso receberemos graças extraordinárias.
É esta a origem desta oração, que além da sua mensagem e valor indesmentível, tem ainda a vantagem de ser muito simples e bastante breve de se rezar. Como alguém referiu, um tempo tão curto para graças tão grandes.
“Quando rezarem esse terço junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso.”
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